Enganados #3

Nesse dia eu estava de folga, o sol continuava abrasador. O Pedro foi trabalhar e eu fiquei no sofá a ver televisão na companhia do meu cachorro. Estava sozinha ali sem nada de interessante para fazer, até que decidi ligar a um amigo que eu conhecia muito bem. Andamos juntos no liceu e eu nunca mais lhe telefonara. Na altura eramos muito amigos, lembro-me bem dos ciúmes e das zangas entre mim e o Pedro por causa do Guilherme. Claro que me lembro o que eu não me ria com os ciúmes dele. Admito que sempre o achei querido com ciúmes. Pensando bem, agora. Os ciúmes dele não eram assim tão despropositados, pois eu tinha uma relação quase intíma com Guilherme. Não sei bem porque me lembrei dele naquele dia, mas de certo que foi a pior coisa que me tinha que lembrar. Liguei-lhe, esperei uns 10 segundos até a chamada ser atendida. Eu não sabia o que dizer, senti algum nervosismo, então disse:
- Olá! Como estás? Sei que não nos falamos à mesmo muito tempo, mas estava aqui sozinha em casa e pensei em ti e se me querias vir visitar, pois é uma pena a nossa amizade ter fraquejado daquela maneira.
- Olá! Estou muito bem e tu? Bons ouvidos te oiçam! - disse ele entre gargalhadas - Não estava mesmo nada à espera de uma chamada tua! Surpreendeste-me. Neste momento, estou de folga, por isso, não vejo problema nenhum em encontrar-me contigo. Isto, claro, se o Pedro não se importar.
- Eu estou bem, também! Claro que ele não se importa, tenho direito a estar com os meus bons velhos amigos! Então em que sítio é que te dá mais jeito nos encontrar-mos?
- Não sei. Escolhe tu e eu vou lá ter.
- Uhm... Então que tal o café que fica mesmo em frente de minha casa? O Conversas de Café conheces?
- Claro que conheço, vou muitas vezes aí tomar o meu café.
- Combinado, então! Fico à tua espera às 15:00h.
- Está bem! Adeus, beijos.
- Adeus, beijos.

Emily Rose.